Quando Salvar aos Outros é Salvar a Si Mesmo
Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se
encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se,
enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre
o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. (Lc 10.33,34)
Sundar Singh é conhecido entre os evangélicos do
mundo inteiro como um nobre indiano que se converteu a Cristo, e por isso foi
expulso do carinho e do conforto da família.
Quando Sundar estava pronto para o ministério, ele
fez opção pela itinerância no meio de seu próprio povo, tal como faziam os
chamados homens santos, ou sadus.
Depois de muitas aventuras pelo seu país, Sadu Sundar
Singh, se propôs um dia a ir a um país vizinho, o Tibete, para evangelizar os
tibetanos. A viagem foi muito difícil, pois tinha que caminhar no frio, na
neve, e enfrentar os ventos fortes do Himalaia. Ao seu lado, porém, ia um
tibetano que retornava ao seu país.
Em certo momento, Sundar viu na neve algo que parecia
o corpo de um homem. Ao aproximar-se, ele percebeu que ele ainda estava vivo,
portanto, fez sinal ao companheiro que se adiantava, dizendo que teriam que
carregar o caído. O tibetano protestou, negando-se a ajudar; afirmou que se não
andassem rápido, daí a pouco ambos estariam mortos também. E foi embora.
Mesmo estando cansado, Sundar, pôs o homem às costas
e foi seguindo o mesmo caminho do tibetano. Se já era difícil antes caminhar na
neve, contra os ventos, ainda mais agora, que tinha sobre os ombros o peso de
um homem.
Depois de caminhar por algum tempo, Sundar percebeu
que à sua frente jazia algo como um corpo humano. Mais um? Parando para
investigar, Sundar percebeu que era o tibetano, morto pela friagem assassina.
Nesse momento Sundar compreendeu que o mesmo desfecho
o aguardava. Salvara-se, porém, ao carregar o homem caído. O esforço desprendido
no transporte aqueceu lhe o corpo e o manteve vivo.
A estória do Bom Samaritano e a História de Sundar Singh
têm muitas coisas em comum. Elas nos mostram o grande valor do engajamento no
contexto do reino de Deus. Em uma linguagem mais atual, poderíamos dizer que
ambos os homens eram missionais. Eles vivam movidos por uma fé coerente, que
resultava em obras. Eles viviam de acordo com o chamado de Deus.
O que mais isso diz para nós?
Para aqueles que estão
começando na jornada da fé, essas ilustrações os convidam a se engajarem no
avanço do reino de Deus, lembrando sempre que ao ajudarmos aos outros estamos
ajudando a nós mesmos.
Para aqueles que por alguma razão estão desanimados e
parados, esta é uma oportunidade de lembrar que o caminhar sozinho, como fez o
tibetano, pode levar a morte.
Para aqueles que estão engajados, mas se sentem
cansados na caminhada, este é um momento de relembrar que Deus dá força ao que
está cansado e multiplica as forças daquele que não tem mais nenhum vigor (Is
40.29).
Pr. Gilson Souza, reflexão da coluna “Pastoreio da
Palavra” no encerramento da Série de Mensagens: “Quatro Fundamentos da Jornada
de Fé”. Igreja Aliança do Aeroporto, Julho 2015.